Jesus, o Príncipe da Paz (João 14.27)

Uma das coisas mais buscadas e mais desejadas pelo ser humano é a paz. Em qualquer área de nossa vida queremos paz. Seja em nossa profissão, família, rol de amigos, sempre queremos estar e viver em paz. Mas como isso pode ser possível? O capítulo 14 está no grupo dos capítulos 14-17. Nesses capítulos vemos diálogos e discursos de Jesus. O capítulo 14 apresenta uma nota de conforto aos discípulos. Por que podemos considerar Jesus como sendo o Príncipe da Paz?

I – Deixou sua própria Paz 

Em meio a mensagem de consolo que Jesus traz aos discípulos, fala agora de algo que deixaria para eles, em meio a sua iminente partida. Essa paz vem para auxiliar os discípulos que estavam com medo do que viria a acontecer. Paz aqui significa ausência de perturbação espiritual e a certeza da salvação dada pelo próprio Jesus Cristo. Esse versículo está na parte final do capítulo. Jesus está terminando esse discurso de consolo, percebemos isso no v. 31 com as palavras: “Levantai-vos, vamo-nos daqui.” Era comum no povo hebreu se despedir com um voto de paz. A diferença entre os votos comuns de paz e essa palavra de Jesus sobre a paz é que a palavra de Jesus é algo concreto, não apenas um desejo.

II – Paz diferente da do mundo

Quando pensamos em paz no mundo, vem a nossa mente ausência de guerras. Quando dois ou mais países param de guerrear entre si, dizemos que eles selaram a paz. Porém, a paz que Cristo dá aos discípulos no texto vai muito além do que simplesmente uma ausência de guerra. A palavra traduzida por “não” é enfática e traz a ideia de “de forma alguma”, para deixar bem claro que a paz que Cristo estava dando aos discípulos não tinha nada a ver com a paz que o mundo oferece. O mundo oferece riqueza, prazeres, status, honra, mas a Paz de Cristo, o Príncipe da Paz não tinha nada a ver com essas coisas passageiras. É uma paz relacionada com nossa salvação por meio do próprio Cristo. A frase final de Jesus no versículo está ligada ao fato dele deixar sua paz. Eles não precisavam ficar preocupados ou medrosos, como é o sentido da palavra traduzida por “atemorize”.

A palavra mais comum para se referir a medo seria “fobia” no grego, porém a utilizada aqui é outra e aparece somente nesse texto no NT como verbo “atemorizar”. Ela aparece como substantivo em 2 Tm. 1.7 (espírito de covardia). Quando se utiliza “fobia” é no sentido positivo (medo piedoso, temor), mas a palavra nesse texto não tem sentido positivo, pelo contrário, é usada num mau sentido (medo covarde).

Jesus diz a eles para que não tenham medo, não sejam covardes, pois ele deixaria para eles sua paz, totalmente diferente da paz do mundo, uma paz que tranquiliza de fato e sempre.

 

Sem. Daniel Noronha.

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