O Abandono da autoconfiança

Lucas 11.1-13

 

A oração abandona a independência. A oração nos faz desistir de qualquer pensamento de que possamos fazer as coisas por nós mesmos. A oração reafirma nossa dependência. Reconhece nossa fraqueza. Renuncia as autoafirmações de capacidade. A oração abraça a realidade da falha. Ela nos diz que não estamos no centro. Nos convida a abandonarmos nossos planos, em nome dos planos mais sábios de Deus. A oração flui de um profundo senso pessoal de necessidade, que nos leva a correr em direção à abundante graça de Deus.

Por causa de sua essência, a oração não é natural para nós. Não nos é natural reconhecermos nosso pecado, fraquezas e falhas. Não nos é natural nos sentirmos confortáveis tendo que depender da misericórdia de alguém. Não nos é natural abrir mão de nossas esperanças e sonhos, por uma visão melhor, que não seja nossa. Não nos é natural abrir mão de nossa sabedoria e do controle de nossas vidas, para sermos controlados por alguém maior que nós. Não nos é natural pensar que necessitamos da graça. Por outro lado, é natural pensarmos que nossa justiça, sabedoria, força e obras são o bastante. Como resultado, muitas de nossas orações são pronunciamentos religiosos de pessoas cheias de sentimento de autojustiça, longas listas de desejos de pessoas orgulhosas, ou demandas impacientes de pessoas que não entendem o que Deus está realizando na criação. Logo, muitas orações não podem realmente ser chamadas de oração.

Aqui está o “x” da questão. Precisamos ser alvo da graça de Deus se, em humildade sincera, formos capazes de abandonar nossa autoconfiança e orarmos pedindo graça. Somente pela graça seremos capazes de reconhecer nossa necessidade de graça e adorar a Deus pela graça que ele voluntariamente derramou sobre nós. Sendo a oração fundamentalmente antinatural, necessitamos da graça para nos resgatar de nossas peregrinações religiosas auto orientadas, a fim de que, com atitude de um coração humilde, reconheçamos a Deus como o Rei-Redentor e nos lancemos ao seu gracioso cuidado. A oração sempre abandona o reino individual pelo reino de Deus, e para isso todos nós precisamos da graça perdoadora, resgatadora e transformadora. É por esta graça que a verdadeira graça nos leva a clamar. Deus o abençoe.            

 

Wagner Zanelatto.

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